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Abre o olho japa!

Foto da Revista "O CRUZEIRO, e"
Em posts anteriores comentei sobre a minha triste saga em recolher, pesquisar e traduzir as informações sobre a estúpida e arrogante colônia nipônica, representado em sua maioria pelos  "Make-gumis" (Grupo que aceitou a derrota - vejam detalhes no livro de Fernando de Moraes - Corações sujos) .

Explico: Todo japonês que tinha anseios de preservar a cultura japonesa era tachado de "Kachi-gumi"
Engrossaram essa lista alguns professores, religiosos, educacionistas e intelectuais decididos a preservar a cultura japonesa.

Tive o privilégio e a honra de ter como mestre, o kachi-gumi chamado professor Kosaburo Assakawa diretor do Showa Gakuin que existiu na Rua Sumidouro.

Também tachado de kachi-gumi por adotar uma posição radical na defesa da cultura, começou de maneira clandestina dando aulas de japonês a um pequeno grupo de alunos, até que encontrasse um professor qualificado. Não encontrou esse profissional e passou a dirigir e lecionar desde então.

Não encontrou porque provávelmente estavam todos confinados no presídio da Ilha Anchieta... Ali foram confinados em torno de 180 japoneses considerados seguidores da seita Shindo Renmei. Confinados por cerca de dois anos e meio (sem julgamento) vindo a ser perdoados e liberados pelo então governador Adhemar de Barros.

Entendo que o "Livro Amarelo" ainda não pode ser divulgado porque algum dos seus interlocutores ainda estão vivos, e não é minha intenção causar transtornos, constrangimentos e discórdias. A reportagem de "O Cruzeiro" mencionam esses prisioneiros como porcos imperiais, para se ter idéia do perigo amarelo nessa época

Mas uma coisa eu posso garantir: "Se o filho, o neto e o bisneto do japonês não sabe falar nem escrever o Nihongo, a culpa não é da Segunda Guerra nem de Getúlio Vargas. É do grupo que assimilou rápidamente a derrota do Japão"

Próximo Post:
O hara-kiri de Jurozaemon Maeda que chocou os Baianos em 1870
A incrível e  melancólica história de Manji Takezawa , o samurai palhaço na corte de D.Pedro II
Velho Akiba, o vendedor ambulante de docês tocador de flauta Charmela nas ruas do Rio Imperial.

"A maior riqueza de um povo é a sua história"  Shiro Nakakita
extraído do Livro Amarelo

Comentários

  1. Muito interessante o artigo. A reportagem foi originalmente publicada em que número da revista O Cruzeiro?

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  2. Caro amigo

    Também tive o privilégio de estudar na escola Showa Gakuin na rua Sumidouro em Pinheiros, eu e meus irmãos.
    Lembro que era uma casa térrea com um grande quintal no fundo, havia alguns pés de romã um casal de jabuti e um casal de piquinês que o Sensei e sua esposa cuidava com muito carinho. Ainda posso sentir o cheiro daquela escola, boas recordações.
    Sem dúvida hoje em dia é muito difícil um descendete de japanês falar ou escrever o nihongo, mantive a tradição e foi um grande diferencial para mim quando tive trabalhar por 5 anos como dekassegui.
    Gostei: "Se o filho, o neto e o bisneto do japonês não sabe falar nem escrever o Nihongo, a culpa não é da Segunda Guerra nem de Getúlio Vargas. É do grupo que assimilou rápidamente a derrota do Japão"

    Deixo aqui um grande abraço

    Massanori Hoida

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